terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL

Olá,

Eu e Luíza gostaríamos de desejar um Natal de muita paz, fartura, alegria e saúde para todos os leitores desse blog.

É muito bacana conversar com várias pessoas que lêem os posts e saber que gostam tanto. O objetivo é justamente esse, transformar alguns minutos que vocês passam por aqui em momentos de prazer de leitura, de participação do crescimento dessa menininha que tanto nos alegra.

Desde sábado a Luíza bate palmas (do jeitinho dela) vigorosamente. Ela curte muito, pois todos acham lindo - e é mesmo!!! rs

Domingo ela conheceu o "bom velhinho" do shopping - com barba verdadeira!!! Adivinhe o que aconteceu??? Buááááááááá (foto abaixo). Mesmo assim foi uma experiência inesquecível pro papai e para a mamãe, que cheios de orgulho levaram a princesinha nos braços, suportaram calmamente a fila que dava voltas e tiraram fotos do acontecimento. Faz parte do Natal paulistano...

Enfim, tenho certeza que esse Natal será mágico. Mesmo que no momento da chegada do Papai Noel (desde o nascimento da Ana Clara voltamos a fazer a festa completa) Luíza esteja dormindo - eu não sei como será - será mágico. O Natal volta a ter sentido. Desde a perda de minha mãe essa data perdera completamente o significado de alegria. Esse ano será bem diferente...

FELIZ NATAL!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

HO HO HO

Pois é, mais um Natal se aproxima. Mas pode ficar calmo, eu não serei mais um que dirá “nossa como o tempo voou este ano”. Mas o fato é que a cada ano parece REALMENTE que o tempo voa - mais rápido. Quer um exemplo palpável, há oito meses nascia Luíza, hoje ela está quase em seu baile de debutante... Ok, não é para tanto. Mas que esse episódio não está tão distante, ah não está mesmo. Essa semana ela até recebeu uma cantada no shopping! Mas isso eu conto depois...

Tudo passa muito rápido. Assim que a Luíza chegou em casa lembro que bateu um desespero, naquele momento éramos apenas eu e ela. Ou melhor, na primeira semana foi a própria “casa da mãe Joana”, depois a rotina (que rotina?) voltou ao normal. Não teria mais aquele exército de enfermeiras me auxiliando em tudo. A Luíza fazia xixi, eu tocava a campainha e lá ia o bebê molhado. Depois de uns 5 minutos voltava um bebê sequinho e cheiroso. Quer coisa melhor? Acho que eu fui a única recém-mamãe que confessou logo de cara que gostaria de passar mais alguns dias no hospital... Todas as que conheci falavam que não viam a hora de voltar pra casa. Será? E dispensar todas aquelas mordomias? Duvido! Enfim... RS

Logo veio o primeiro mês, o segundo e o terceiro, aí respirei um pouco mais aliviada. É sempre assim, depois do terceiro mês de gravidez a mãe relaxa um pouco mais. A mesma coisa acontece depois do terceiro mês do bebê. Alguns medos vão embora. Com o quarto mês tudo muda, a Luíza já estava bem durinha, quase sentando sozinha. E o mais bacana, ela começava a brincar, a responder aos estímulos. Veio o primeiro sorrisão – proposital. Tudo fica diferente. Com cinco meses parece que seu neném já é praticamente um adulto. Mas, com seis meses a vida muda por completo: início das papinhas.

É fascinante como a cada dia a Luíza se desenvolve mais e mais. Hoje, completando oito meses, a minha princesa está quase batendo palmas, quase fazendo tchau, quase balançando as mãos ao ritmo da música e quase engatinhando. Já imaginou? Aquele bebê tão pequeno e inexpressível agora tem tantos olhares e deve, dentro de dias, começar a se mover com seu próprio corpo. Uma vitória! Acredito que daqui alguns dias eu terei grandes novidades, muitos dos “quases” citados acima já serão passado, notícia velha.

A noite de sono parece que funciona como um MBA para a pequena Luíza. Cada movimento feito durante o dia, cada som, cada imagem obtida, tudo é processado e digerido para que no dia seguinte ela acorde e já coloque em prática tudo o que aprendeu. Lembra da personagem Trinity do filme Matrix? Ela fechava os olhos e aprendia a pilotar um helicóptero militar (rs). Mágico!

Hoje comprei o presente que o papai Noel entregará na noite do dia 24 (não mostre essa linha às crianças que ainda acreditam no bom velhinho...). Um brinquedo que a criança coloca uns blocos na boca de uma girafa, eles passam por todo o corpo e chegam ao final com uma bela musiquinha. Achei bem educativo, afinal é possível ter noção de causa e efeito, além de treinar a coordenação motora fina. Aí, uma senhora viu que peguei esse brinquedo e resolveu comprar um para o neto. Eis que ela fala: “Mas você não acha muito monótono? O bloco cai e acabou a brincadeira”. Caramba! Eu demorei tanto para escolher o presente e essa mulher acaba comigo. E a causa e efeito? E a coordenação fina? Será que a Luíza achará monótono mesmo. Será que um dia será interessante e depois da primeira noite de sono a grande girafa educativa perderá o encanto? Ah, comprei mesmo assim. Depois eu conto como foi.

Sobre o xaveco mirim recebido no shopping, acho que é muito invasivo contar cada detalhe. Mas eu posso dizer que muitos outros Guilhermes virão tomar sorvetes ao lado da Luíza para lhe fazer companhia. Foi lindo!!! Eu achei o máximo. Será que o pai também gostou de saber disso? rs

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Reprodução assistida mais barata - Projeto Beta

Ainda não descobri o real motivo de tantos casais procurarem a reprodução assistida. Mas acredito que, como no meu caso, as mulheres deixam para engravidar mais tarde - acima dos 30 anos - quando já têm maior estabilidade emocional e financeira. Porém, levam uma vida mais estressante, alimentação ruim, falta de exercício físico, entre outros itens saudáveis. Assim, fica difícil engravidar mesmo.
Quando eu procurei ajuda de uma clínica especialista em reprodução humana, achei tudo muito comercial, sem o objetivo de "mimar" o psicológio do casal. Algo do tipo: "Se vocês não conseguirem com a tabelinha, passamos para a inseminação, caso não aconteça nada, vamos para a fertilização in vitro. A cada passo voces gastam mais. Fora os medicamentos". Sem contar que nada disso dá a segurança de que vai dar certo. Dizem que apenas na terceira inseminação é que as chances aumentam. Apesar disso, eu mesma teria feito, se não tivesse engravidado naturalmente no meio da investigação por exames clínicos.

Para as mulheres que frequentam esse blog, têm dificuldade para engravidar e já decidiram pela reprodução assistida, que tal realizar o sonho de ser mãe economizando no tratamento. Foi isso que achei numa reportagem de junho/2008. O projeto continua atuando, mas os valores apresentados na reportagem podem ter sofrido alguma alteração. Mesmo assim, vale muito a pena.

BOA SORTE!

Reprodução assistida mais barata
Além de vencer as dificuldades para engravidar, muitas mulheres que precisam de tratamentos de reprodução assistida esbarram em outro obstáculo: ter que desembolsar até dez mil reais por tentativa de ser mãe. Mas, em São Paulo, um grupo de médicos especialistas criou, há três anos, o Projeto Beta. “Frustrados com a elitização dos tratamentos e conscientes da responsabilidade social da medicina, abrimos uma clínica em que as pessoas pudessem pagar de acordo com sua condição econômica”, conta Newton Eduardo Busso, diretor do projeto, que atende cerca de 80 casais por mês, e professor assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa.

Uma assistente social faz a triagem, que não exclui ninguém, apenas determina a faixa de preço com que cada um pode arcar. Então, tem início o atendimento com uma equipe formada ainda por biólogos, enfermeiras e psicóloga. “Utilizamos a mesma tecnologia de que dispomos em nossas clínicas particulares, como a fertilização in vitro com injeção de espermatozóide, que no projeto sai por 1.900 reais”, diz o médico. Já a inseminação artificial custa em torno de 400 reais. E a melhor notícia: não há número máximo de tentativas nem fila de espera. “O prazo para conseguir uma consulta é de uma semana”, garante o médico

Mais informações pelo Tel.(11) 3826 7017 ou no site www.projetobeta.com.br

sábado, 6 de dezembro de 2008

Em tempo...

Hoje, refletindo sobre o que escrevi na última postagem, pensei que muitos poderia me achar um pouco radical demais. E achei por bem fazer um ressalva, ou esclarecimento, como queiram... Mas nada muda o que penso sobre o assunto.

Ok, eu sei que existem mães que não têm perspectiva de vida e por essa razão abandonam seus filhos ainda recém-nascidos para que eles possam ter alguma chance na vida. Nesse caso, os bebês são abandonados em hospitais, portas de casas com maior poder aquisitivo, entre outros locais onde há circulação de pessoas que podem salvar a criança de tal situação.

Porém, continuo achando que as mães que abandonam seus pequeninos filhos em sacos de lixos sobre lixeiras de rua, dentro de poços, na beira de riachos poluídos e outros locais sem a mínima salubridade, me perdoem, mas elas sabem e desejam um futuro inesistente para seus filhos. Para essas pessoas sem escrúpulos, eu simplesmente me recuso a acreditar que possam conviver em sociedade. Eu compreendo o que significa depressão pós-parto, mas convenhamos que essas atitdes são too much para qualquer um.

Bem, é isso.

Hoje eu estava na esteira da academia lendo uma revista Claudia de junho (capa com Mariana Ximenes) deste ano (academia e consultório médico são campeões em revistas velhas...) e li uma entrevista com Scarlett Marton, uma grande filósofa da USP (entre outros títulos importantes). Ela dizia sobre a diferença do bem e do mal, do bom e do mau, dizendo que aqueles que cometem barbaridades - no que diz respeito ao relacionamento com outro mebro da sua sociedade, sob as mesmas leis éticas vigentes - não merecem e não podem mais permanecer nessa mesma sociedade. Isso foi apenas um lado da visão da especialisata em Nietzche. Tentei achar essa entrevista, mas não encontrei. QUem tiver a oportunidade de ler, vale a pena.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mães?

Nos primeiros posts que escrevi comentei sobre a lamentável atitude de certas pessoas que abandonam seus filhos à própria sorte. Deixei para comentar essas atrocidades depois que você tivessem lido toda a emoção que senti ao me tornar mãe. Assim, poderiam entender a minha indignação. Não quero dizer que se eu não tivesse a Luíza poderia achar tudo normal, mas posso garantir que a revolta é bem maior.

Hoje mesmo ouvi uma notícia de uma mãe que havia abandonado sua bebê de três meses para fora do seu barraco. Depois que a polícia encontrou a neném já com as roupas molhadas e as mãos roxas de frio, acharam a “mãe” DORMINDO no calor de sua cama. A justificativa da “carrasca” aos policiais foi que ela não teve a intenção de abandonar a filha, mas a colocou fora de casa porque ela chorava muito e não a deixava dormir (!). Preciso comentar??? Não é a idade da mãe (19), ou mesmo sua posição social justificativa para tal ato, essa mulher é um monstro, não existe outra explicação.

Antes de engravidar, cada notícia que ouvia ou lia sobre o chamado “abandono de incapaz” – nome jurídico dado ao abandono de bebês ou qualquer ser humano que não consegue se defender – me deixava revoltada. Como que aquela mulher, que não desejava engravidar, que literalmente jogou fora seu próprio filho, poderia ter sido agraciada com a dádiva da maternidade. E eu, que desejava mais que tudo, continuava na frustrante espera mês após mês. Sempre considerei injusto demais. Só mesmo uma explicação além da vida poderia me fazer engolir as estórias que só se multiplicavam nos noticiários.

Hoje não é diferente. Não é diferente o meu pensamento, muito menos a freqüência com que vejo tais notícias. Em uma pesquisada rápida nos sites de procura é fácil encontrar estórias inacreditáveis. Para quem nunca leu sobre o assunto, aí vão alguns links (só deste ano):

14/03/2008 - Bebê recém-nascido é abandonado no Ipiranga
http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2008/03/14/ult4469u21121.jhtm

26/02/2008 - Polícia procura mãe de bebê abandonado em Franca-SP
http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2008/02/26/ult4469u19997.jhtm

04/10/2008 - Bebê abandonado é achado em rua do Rio
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u452175.shtml

14/08/2008 - Recém-nascido é encontrado em sacola de papelão no Recife
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u433595.shtml

28/07/2008 - Menina é abandonada dentro de saco de lixo em Salvador
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u427082.shtml

11/07/2008 - Recém-nascida é abandonada em pesqueiro na zona rural de Valinhos
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u421584.shtml

01/06/2008 - PM encontra bebê dentro de carro abandonado na zona sul de SP
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u407560.shtml

02/12/2008 - Recém-nascido é encontrado em fossa em Planaltina de Goiás
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u474190.shtml

01/12/2008 - Bebê encontrado em lixeira no Guarujá (SP) passa bem
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u473789.shtml

Eu poderia passar horas e horas copiando e colando os links para que vocês lessem cada matéria. O mais incrível é que na maioria dos casos os bebês sobrevivem e logo estão com a saúde perfeita. Certamente esses seres iluminados têm um papel importante a desempenhar ao longo de suas vidas.

Algumas perguntas me atormentam quando leio as notícias. O que será que passa na cabeça dessas mães? Elas têm motivos reais para abandonar um filhotinho, tão indefeso e que estava dentro fazia nove meses? Elas premeditaram a cena? Elas sonham com o bebê depois que o abandona? Será que há arrependimento? Será que esse filho foi gerado por descuido, ou abandoná-lo foi o único método “anticoncepcional” pós-concepção que elas tinham acesso?

Será que alguém que larga um recém-nascido na beira de um rio poluído ou mesmo dentro de um saco de lixo realmente acredita que ele possa ser encontrado? Será que quem faz isso com tanta crueldade possa alegar simplesmente insanidade? Enfim, a última pergunta: Quantos bebês abandonados não foram encontrados? O destino deles eu não quero nem imaginar.

É isso. Um desabafo que compartilho. Ainda não consigo ignorar ou sentir pena dessas mães. Apesar disso, nunca saberemos os reais impulsos que levaram essas mulheres a agir de tal forma. Bem como, nunca saberemos quantas mulheres ficaram felizes ao saber que a espera na fila da adoção chegara ao fim em decorrência da atitude infeliz de uma mãe. Daí surge uma linda história de amor maternal. E é essa mãe que terá o prazer inebriante de ver seu filho – mais que legítimo – dando o primeiro sorriso, como esse da Luíza.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O que sobe tem que descer...

O texto a seguir eu escrevi no dia anterior ao nascimento da Luíza. Escrevi como uma forma de desabafo e principalmente uma homenagem ao futuro papai.

Espero que gostem...

BJS

Parece que foi ontem que vi naquele teste de farmácia o símbolo de +, que indicava – claro – positivo!

A sensação foi estranha, assustadora, deliciosa, desafiadora. O mais engraçado é que depois de nove meses, as mesmas sensações voltaram a tomar conta dos meus pensamentos.

Será isso uma reação ao medo do desconhecido? Ou apenas a famosa síndrome da mãe de primeira viagem? Seja lá o que for, o frio no estômago é intenso, profundo, quase palpável.

Hoje, véspera do dia do parto, comentei que a sensação é muito parecida de quando estamos subindo a mais tenebrosa montanha russa do mundo (e olha que já rodei por várias). São segundos intermináveis, mas que irão acabar e você sabe que vai cair de uma altura fantástica. Nesses segundos de subida vários pensamentos aparecem, um dos mais latentes: O que estou fazendo aqui? Depois, com a descida brusca, o frio no estômago e a adrenalina, segue-se a sensação – Consegui!

E é isso. Um medo bom. Isso existe? Acho que sim. Tenho medo da cirurgia, tenho medo da anestesia, tenho medo de não conseguir ser uma boa mãe. Mas quando penso na Luíza, tudo passa. Vem uma certeza tão concreta de que ela será uma parte de mim para o resto da vida! Alguém que ainda não teve filho consegue sentir isso? Acredito que não.

Essa pequena criatura, que ainda nem nasceu, tem o meu DNA. Mas será que ela saberá quem realmente eu sou? Será que eu saberei quem realmente ela é? Mas será que esse não é o grande desafio da vida de uma mãe e de uma filha? Será?

Acho que esse depoimento terá mais pontos de interrogações e palavras como “será”, “acredito”, entre outras que possam exprimir o desconhecido.

Sinto que já tenho o famoso instinto materno. Protejo minha cria. Dispenso ajuda. Quero fazer tudo sozinha. Estou agressiva. Tente beijar minha barriga para ver... (Aliás, por que as pessoas insistem em fazer esse ato tão invasivo?).

Vou confessar que no início da gravidez achei um tanto difícil “conversar” com aquele bebê virtual, que eu só via através de uma tela de computador, nos diversos exames realizados. Sempre que me perguntavam se eu tinha o hábito de conversar com o bebê, a resposta vinha quase como um raio – “claro!”. Que nada! Hoje, às vésperas de ver o rostinho dela, parece que tenho uma enciclopédia de idéias que quero contar a esse pedacinho de mim. Será que ela lê meus pensamentos? Isso certamente daria maior agilidade ao processo...

Hoje o telefone não pára. Um tanto irritante. Mas sei que todos querem transmitir carinho, solidariedade, bons pensamentos e principalmente amor. Como disse, sim, estou agressiva. Mas logo fico com os olhos marejados quando minhas amigas contam suas experiências com seus partos, e percebo seus esforços em me deixar mais calma.

Sempre me julguei controlada, do tipo que antecipa os problemas para tentar resolve-los o mais rápido possível, ou mesmo que tenta esquecê-los quando se vê que não há a mínima solução. Por esse motivo eu acredito que estou tão ansiosa e nervosa. Essa não é uma situação que eu possa fazer nada. E a verdade é uma só: entrou, tem que sair... Subiu, tem que descer... Essa é a montanha russa da vida – inexorável.

Mas por que estou tão sensível, nervosa e especialmente amedrontada? Eu tenho uma família maravilhosa, que vai receber a primeira neta, a primeira sobrinha, a primeira filha com o maior amor do mundo. Amigos mais que fantásticos. Tenho condições físicas, mentais, sociais, econômicas e principalmente emocionais para receber a minha filha de braços abertos. Minha filha...

Mas um capítulo a parte é destacado para o pai de minha filha. Ele foi escolhido pelos meus hormônios, pelo meu corpo, pelo meu pensamento, pelo meu desejo, pelo meu amor, pela minha alma. E hoje ele está tão feliz, tão completo, tão cheio de paternidade saindo pelos poros que fazem – novamente – meus olhos encherem de lágrimas. Será que estou à sua altura nesse momento?

Nesses cinco anos de casados, e quase 15 anos de convivência, eu só tenho a destacar o seu caráter impecável, sua força, suas certezas, sua crença, tudo me faz tão bem... E que perfeita será nossa corrente que ganhará mais um elo a partir de amanhã. Tão pequena e frágil parece essa corrente. Mas como é forte e inquebrável, mesmo tendo apenas três elos. E quem consegue quebrar uma corrente como essa? Nada, nem ninguém.

Então é assim... Amanhã, nessa hora, já teremos uma filha nos braços. E tenho a mesma certeza de que o medo terá passado e o amor terá tomado conta. Por que tanta certeza? A montanha russa tem seu percurso, às vezes longo, às vezes curto, mas com começo, meio e fim. Amanhã será o fim de um trajeto e certamente o início de outro. Mas quem disse que não estamos sempre à procura de novas montanhas russas?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Senhoras e Senhores: O Parto!

Com a cirurgia agendada para as 16h, eu não podia comer nada, nem ao menos beber água, a partir das 8h. E parece que quando temos alguma restrição vem a fome, a sede e tudo mais que não puder fazer.
Futuros PPV (pais de primeira viagem), curtimos cada instante - dos últimos - a sós. Depois de um belo café da manhã, era uma questão de minutos para termos a pequena Luíza nos braços. Aí começaram os devaneios sobre a cor dos olhos, dos cabelos, se ela seria um bebê chorão, ou um bebê meigo. Enfim, não agüentávamos mais aquela espera...
Já no hospital, parecia que estávamos dando entrada em um hotel. Percebi que se tratava de uma maternidade quando uma das funcionárias que me atendeu disse: “Agora você subirá para o quarto e nos veremos no ano que vem.” Como? No ano que vem? “Claro, quando você vier para cá ter o seu segundo filho”, completou a enfermeira. (!!!) Achei divertido (???) e parti para o quarto – depois de toda triagem necessária.
Uau, que quarto bacana. Agora me confundi novamente, maternidade ou hotel??
Depois de alguns instantes entrevista com anestesista, a parte que eu mais temia... Agora chegou um aventalzinho com o qual eu e meus acompanhantes demoramos vários minutos para entender como vestir. E cadê a roupa do papai? Afinal, ele assistirá ao parto. Ah, essa chegou pouco tempo antes de entrarmos no centro cirúrgico.
Chegou a cadeira de rodas! Yes! Nunca andei com cadeiras de rodas, e é bem bacana!! Acho que deve ser assim que a Luíza se sentirá no carrinho de bebê, ela vai adorar!!
Antes de entrar no centro cirúrgico a touca – coisinha ridícula (foto acima)... Mas tudo bem... Despeço de todos e da minha barriga também. Como diria o homem do baú: Abrem-se as portas da esperança... Adorei! Parece que estou entrando no cenário do ER, ou do House. Amei!
Já na sala de cirurgia, chegou o meu algoz, o anestesista. De cara já anunciei meu medo sobre o desconhecido e pedi que ele narrasse todo o processo. Meu médico, tão querido, pediu para que eu debruçasse sobre um travesseiro e não fechasse os olhos, pois poderia vir o enjôo. Um, dois e três. Já comecei a sentir o quadril formigando e voilá – anestesia aplicada, sem dor, sem incômodo, sem problemas. Adorei! Será que a anestesia pegou mesmo. Doutor, por favor verifique se estou anestesiada... Ele disse: “Sentiu isso?” Nada. Ok, estou anestesiada. Ufa. Pode começar.
“Rápido, rápido, coloque a mãe deitada na mesa”, “Chame o pai para ver o parto”, “Tudo OK, vamos começar”. Ai, é agora!
O futuro papai ria – de nervoso. E eu cantava com a música ambiente na sala. Eu ouvia meu médico pedindo ao auxiliar para verificar o meu estado, e ele respondia: “Ela está ótima, está cantando”. Hihihi
O cheiro do bisturi elétrico na carne é um tanto desagradável. De repente uma pressão. O anestesista vem por cima da minha cabeça e ajuda a empurrar. “Pai, venha ver sua princesa!” Flashes. Flashes. Não acredito, Ulysses que tem tantos problemas ao ver sangue, assistindo ao parto. Inacreditável, a paternidade realmente muda a pessoa. Fiquei de olho nele, mas nem se abalou com a cena.
Cadê o choro do bebê? De tanto assistir Home & Health aprendi que o choro no primeiro instante de vida é primordial. Perguntei ao médico o porquê dela não chorar. “Calma mãe, ela já vai chorar.” Assim que ele disse isso, veio aquele som dos deuses, um choro fininho, baixinho, parecia um gatinho miando. Tão meigo, tão fofo. Mas seria normal? O melhor não é um choro forte? “Não mãe, cada criança tem um choro característico. Mas acredite, depois de algumas semanas você vai desejar esse choro baixinho novamente”, falou a voz da experiência... E ele tinha razão...
Mas cadê a nenê? Papai, veja porque está demorando tanto para eu ver a Luíza. Mas havia passado apenas 15 segundos. Parecia uma eternidade. Eu queria vê-la. Eis que a enfermeira traz aquele corpinho de 49,5cm e 3,405kg. Meu Deus, que bebê mais lindo! Nenhum bebê em nenhum dos programas do Home & Health era tão bonito quanto o meu. A primeira coisa que falei foi exatamente isso: Ela é linda! Esse momento eu nunca mais vou esquecer. Minha primeira filha, saiu de dentro de mim, leva minha carga genética, depende do meu corpo para se alimentar e já me olha tão profundamente, reconhecendo minha voz. Nos próximos minutos eu não via nem ouvia nada, apenas a tocava e me comunicava através do olhar.
Os quatro dias e três noites que se seguiram na maternidade foram ótimos. A bebê ia suja e voltava limpinha. Ótimo! Se ela chorava muito era só chamar a enfermeira. Perfeito! Mas isso acabaria em breve. Dessa mordomia eu sentiria falta mais para frente...
Na saída da maternidade ouvi novamente, desta vez do segurança do andar: “Até o ano que vem”. Ok, agora e já sabia o que significava e respondi com um sorriso no rosto: “Até”. O rapaz ficou todo feliz. E eu também. Aliás, com a minha princesa nos braços, nem percebi o que eu tinha respondido. Ano que vem? Será? Acho que não, né?
Depois desses dias sem ver a rua, saí com a Luíza nos braços e esperei o carro chegar. Confesso que senti um medo profundo. Aquele mundo áspero, poluído, agressivo, bactérias, vírus, buzinas, cigarro. Monstros querendo a minha pequena. Respirei fundo, coloquei a nenê no cadeirão do carro e disse para mim mesma: “Agora é a vida como ela é”. E fomos para casa. Bem, aí é outro capítulo.

Beijos a todos.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

“Greatest Hits” da gravidez

Gente, que legal esse negócio de Blog! Tantos comentários! Tantos incentivos! Tantos elogios! OK, críticas e sugestões também são muito bem-vindas.
Estou curtindo demais. E aqui vai uma promessa, pelo menos uma vez por semana terá novo conteúdo por aqui. Nem que eu coloque apenas dicas para as futuras – e atuais – MPV (mamães de primeira viagem – rs) ou descreva o dia com a Luíza. Mas, estarei por aqui...

Bem, voltemos à saga da gravidez...

Resultado em mãos, começa um turbilhão de perguntas nas cabeças do futuro papai e da futura mamãe. Sabe o mais engraçado... Quando jogamos na megasena sempre ficamos imaginando o que faríamos com o dinheiro. Quem nunca fez isso na vida? A probabilidade de alguém ganhar sozinho o prêmio acumulado é 1 em 1 milhão. Já, a chance de engravidar era bem maior e já estávamos a caminho de realizar tal sonho. Mesmo assim, para o prêmio em dinheiro sabíamos direitinho por onde começar, já para o resultado confirmado...
Lista de nomes. Menino ou menina? Qual será o médico para o parto? Cesárea? Normal? Qual maternidade? A barriga já aparece? Putz, não posso pintar o cabelo. Começo hidroginástica amanhã. Será que o dinheiro vai dar? Seremos bons pais? Doces? Tô fora. A partir de hoje alimentação saudável. Que escola ele fará? Qual faculdade? Intercâmbio? Ah, isso faço questão, e sem essa de Miami!!! Ok, para a Disney a mamãe leva. Ok, para a academia o papai leva. Depois de tantos devaneios, a realidade bate à porta... Vamos começar pela arrumação do quarto do futuro bebê. Socorro! O quarto-escritório-bagunça se formou no dia que começou a abrigar presentes de casamento. Conclusão, cinco anos de meras arrumaçõezinhas aqui e acolá. Agora a faxina seria inevitável.
A partir daí, eu poderia aqui descrever cada mês da gravidez, mas não acredito que isso interessaria a todos os leitores. Por esse motivo, resolvi fazer um “Best of” ou “Greatest Hits” dos nove meses e chegar logo ao dia do nascimento.

Mês 1: Atualmente a gravidez é identificada em semanas, mas serei tradicional e dividirei em meses. Achei um médico excelente. Nada de enjôos. Vida sexual normal. Nenhum desejo de comer coisas estranhas. Barriga zero (só a tradicional).

Mês 2: Nada de enjôos. Vida sexual normal. Nenhum desejo de comer coisas estranhas. Barriga zero (só a tradicional). Portanto, ainda nada de regalias em metrô, ônibus ou fila de banco. Droga!

Mês 3: Nada de enjôos. Vida sexual normal. Nenhum desejo de comer coisas estranhas. Barriga nível 3 – discreta - as pessoas ficam na dúvida de ceder seu lugar no metrô, achando que podem ofender uma mulher acima do seu peso. É estranho estar grávida, mas sem barriga de grávida. O médico diz que sou louca e que depois vou rir dessa ansiedade. Hidroginástica. Fim de alguns medos quanto à formação do feto e o perigo de aborto espontâneo.

Mês 4: Nada de enjôos. Vida sexual normal. Nenhum desejo de comer coisas estranhas, mas invento alguns apenas para me aproveitar da situação. Barriga nível 6 – agora sim! Peso controlado. Ufa! O bebê mexeu! Parece uma barriga roncando de fome, mas é diferente. Inexplicável. Sensação de um “alien” no seu ventre.

Mês 5: Nada de enjôos. Vida sexual normal. Barriga nível 7. O bebê mexe muito mais.

Mês 6: Nada de enjôos. Vida sexual normal. Barriga nível 8 – acho que já está bom assim. Começa o verão. Será meninaaaaaaaa! Começo a ficar um tanto agressiva. Meu marido acha que estou um tanto selvagem e passa a me chamar de Madagascar. Acho que são os hormônios...

Mês 7: Nada de enjôos – sensacional! Nada de estrias – melhor ainda. Vida sexual normal. Barriga nível 10 – cresce mais? Segundo o médico, agora vai crescer e muito. Biquíni na praia. Me sinto a própria Leila Diniz. O nenê será Luíza, em homenagem a minha mãe. Mais hormônios tresloucados. Mais agressividade. Bati o carro, tudo bem com a Luíza.

Mês 8: Continuo sem enjôos. Vida sexual quaaaase normal. Barriga nível prá lá de 10. Começa a faltar o ar para dormir e sinto um calor absurdo o tempo todo. Mas a barriga continua sem estrias – perfect! Haja óleo de amêndoas e creme Nívea. Luíza já conhece a nossa cachorrinha, quando ela late, o bebê dá pulos dentro de mim. Incrível! Caí na rua e fui ao P.S. Está tudo OK com a Luíza, mas fiquei com a mão imobilizada e uma bela dor nas costas. Apenas 9kg acima do peso que estava no início da gravidez. Vitória!

Mês 9: Sem enjôos. Vida sexual? O que é isso? Barriga grande demais! Agressividade no auge. Please, baby saia logo! Falta de ar. Droga, apareceu uma estria do lado inferior direito da barriga. Ninguém vê, mas eu vejo! Dez passos e parada para respirar. Minhas costas doem MUITO Engordei 3Kg em apenas 20 dias. Please, baby saia logo. Ansiedade. Medo da anestesia. Medo do parto em si. Medo da nova vida que dependerá exclusivamente dos meus cuidados.

Na quinta-feira, dia 17 de abril, fui ao obstetra. Como na última consulta, nada de contração ou de dilatação. O médico foi muito sincero ao explicar que nesse caso o melhor seria partir para a cesariana. Mas, eu estaria à vontade se quisesse esperar mais alguns dias. Conversas e mais conversas, decidi então realizar o parto no sábado.
Apenas o momento do parto rende um post exclusivo. Mas posso adiantar que é mágico.
Nesse momento, quase sete meses após, eu não consigo – e não quero – esquecer o choro delicado da Luíza e seu pequeno corpo, tão bravo ao respirar pela primeira vez, sobre o meu. O tempo parou. Foi surreal.
Ah, lembra do último post que eu falava sobre ser mãe como um título vitalício? A partir do dia 19 de abril de 2008, às 16h50, em São Paulo, eu me tornava mãe daquele ser, que vira a se chamar Luíza Parolo Amabile. Ninguém, nem nada, jamais poderá tirar isso de mim. Apenas o cordão físico foi cortado. Uma ligação invisível sempre existirá. Não importa onde estaremos, em qual época, em qual plano espiritual, a Luíza sempre será minha filha.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Só para começar...

Este é meu primeiro blog! E tem tudo a ver com o seu objetivo. Falar sobre o cotidiano de uma mulher que é mãe pela primeira vez. E por que será que as pessoas dizem "mães de primeira viagem"? Acredito que o motivo está relacionado a ser uma verdadeira viagem - sem volta - o fato de se tornar mãe. Não existe ex-mãe. Quando se é mãe, até em Curriculum Vitae você deve informar. Ser mãe é muito democrático, não existe restrição para casadas ou não-casadas. É possível ser mãe com 12 anos (ou menos) ou até 45 (ou mais)! Não tem distinção de classe social, raça ou credo. Até a orientação sexual pode ser indefinida, vide doação de espermas.
Mesmo assim, para quem pensa que engravidar é tão fácil, eu sou testemunha que não é. Sabe aquela máxima popular: “quando você parar de pensar no assunto, engravida”? Foi exatamente isso que aconteceu, já que toda a investigação laboratorial já havia sido realizada. Está certo que o cenário estava salpicado de detalhes como troca de emprego, diminuição de estresse e finalmente a famosa “desencanada” geral. Enfim, menstruação zero, teste de farmácia positivo, e chegou a hora de confirmar com um exame de sangue.
Certa vez uma amiga me disse que para obter o resultado do exame mais rapidamente era só ir a um P.S. e dizer que estaria com enjôo e tontura. Bingo! Eles fazem o famoso BetaHCG no mesmo instante, e o melhor, pago pelo convênio. Eu e minha escudeira-irmã seguimos as instruções e ao relatar à médica da triagem todos esses sintomas, adivinhe... “sintomas clássicos de labirintite”. Nããão. Era para a médica dizer que esses eram sintomas clássicos de gravidez! Bem, tive que interferir e dizer que eu não havia menstruado naquele mês. Ufa! Me enviaram para o exame de sangue.
No momento que o resultado chegou, percebi uma certa tensão no rosto da enfermeira. Ai ai. Primeira pergunta dela: “a Sra. queria que desse positivo ou negativo?”. O quê? E ela repetiu. Depois do espanto eu disse que queria muito que desse positivo. Aí sim, um largo sorriso e lágrimas nos olhos da enfermeira. Positivo!! Chorei abraçada com aquela mulher de branco, depois com outra, depois com outra. Até que levei o exame à médica, que também me abraçou e choramos juntas. Estranho? Nada disso. Depois da saga de abraços e lágrimas eu perguntei à portadora da boa-nova sobre o porquê de tanta tensão ao relatar o resultado e qual o motivo de tanta euforia com a minha resposta. A explicação é simples e triste. Segundo ela, é mais comum as mulheres saírem chorando de tristeza e revolta de um P.S. do que alegres e realizadas com o prenúncio de um bebê (!). Lamentável... (Assunto para futuro post).
Chegando ao carro da minha irmã mais choro e abraço, telefonema ao futuro papai e a todos os que tinham que ser avisados de tamanha graça divina.
ESTOU GRÁVIDA! Estou grávida. Grávida? Putz, grávida!! E agora?
Bem, acho que esse é um assunto para o próximo post.
Ah, lembra daquele primeiro assunto de ser mãe como uma viagem sem volta, acho que esse próximo post também tem a ver com isso.

Beijos... e até lá...