sexta-feira, 17 de abril de 2009

Um dia inesquecível

Já há algum tempo estou querendo retornar ao mercado de trabalho. Muitos CVs espalhados, alguns contatos, muita esperança. A vida me levou a parar de trabalhar bem no momento que a Luíza "disse" que viria ao mundo. E desde então sonho com o momento da volta ao batente.
A Luíza fará um ano no próximo domingo (19), portanto muito tempo se passou e os nossos laços de mãe e filha só tornaram-se mais apertados. Eu sabia que quando chegasse o momento de deixá-la em uma escolinha seria bem difícil.
Pois é, esse dia chegou!
Uma grande amiga me convidou para um trabalho temporário e eu aceitei. Claro! Preciso voltar, ver gente, produzir. Enfim, é chegada a hora de cortar de vez aquele cordão umbilical invisível.
Uma decisão já estava tomada, meio período na escola e meio período com a vovó. Por esse motivo o local deveria ser bem próximo à casa da minha sogra. Por esse motivo cedi a uma escola que não era o meu sonho de consumo para minha pedrinha preciosa. OK. Será até junho, depois a coloco na escola escolhida anteriormente.
Tive apenas um dia para me preparar psicologicamente. E para a adaptação da pequena serão apenas dois dias. Meu Deus!
Hoje pela manhã ela acordou disposta. Contei a novidade e já a vesti para encontrar seus novos amiguinhos. Na ansiedade eu já tinha separado a roupa que ela vestiria e outra backup, toalha, sabonete, fraldas, brinquedos, chupeta, etc, etc. Sei que as professoras vão rir da imensa mala, mas não quero nem saber...
Chegou o momento. Todos dizem que doi demais, que é outro parto e desta vez o filho vai e não vem...
Não conseguia ir embora da escola. A coordenadora me deixou muito à vontade. Fiquei observando a Luíza - tão pequenininha - por uma tela de TV. Parecia tão indefesa... Aquelas crianças fariam dela gato-e-sapato, pois já estavam na escola desde o dia em que nasceram...
Ai, uma delas roubou o seu boneco favorito. Panico. Mas na maior calma, Luíza deu meia volta e se interessou por outro chocalho.
E aquele menino. O que está fazendo com ela> Puxou o casaco e ela caiu no chão. Agora vai chorar... QUe nada, levantou-se e saiu engatinhando para explorar o ambiente.
Depois de 1h30 observando aquela minha pequena porção se virando no mundo real, entendi que ela é um ser independente do meu corpo, dos limites das paredes de nossa casa.
Mas aí veio o choro inconsolável. Aquele que conheço mais que bem. Sabia que ela estava com sono e precisava de mim! Fui até a sala, disse à professora como fazê-la dormir e pronto, ela adormeceu - OK, aquela moça a balançou inadequadamente, eu jamais faria daquela maneira meio abrutalhada, mas ela dormiu mesmo assim...
Pensei então que poderia sair e fazer algumas coisas. A adaptação parecia ir muito bem. Quero dizer: a adaptação da Luíza.
Me despedindo da coordenadora, os olhos já marejaram e moça disse: "se segura mamãe!" Foi o que bastou para eu cair no choro...
Quando foi meio-dia fui Estava no maior sono gostoso. Eu a deixei dormindo e voltei para casa, aguardando o telefonema para informar que havia acordado.
Pois é, o telefonema acabou de acontecer. Justo agora que meus olhos estão inchados e meu nariz entupido novamente. Vou buscá-la e matar as saudades.
Deixa eu terminar logo esse texto antes que eu comece a chorar de novo e fique com aquela cara de mãe de primeira viagem e que todas as coordenadoras de escolinhas estão cansadas de ver...